Heeeey !

Fazia um tempo que eu estava armando mais um sorteio para o blog, em Agosto (mês do meu aniversário) pretendo fazer um sorteio de uma caixa surpresa com vários itens legais dentro, mas enquanto planejo isso temos um sorteio por aí. É do livro "O Deputado" da Fernanda Terra. Ficou interessado(a) saiba como participar:


Quer ganhar esse exemplar de "O Deputado" da autora nacional Fernanda Terra? É bem simples, basta seguir as regras:
- Residir em território nacional.
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Já está participando?





Título Original: Fangirl
Autor(a): Rainbow Rowell
Editora: Novo Século
Páginas: 424
Gênero: YA
Nota: 





Heeey !

Li esse livro há um tempo, me identifiquei muuuuuito com ele e decidi que estava na hora de fazer essa resenha. Rainbow Rowell tem uma escrita cativante e incrível. É um livro muito amorzinho, se você é uma fangirl como toda nós vai se identificar com esse livro com certeza ! 

Cath é fã da série de livros Simon Snow. Ok. Todo mundo é fã de Simon Snow, mas para Cath, ser fã é sua vida – e ela é realmente boa nisso. Vive lendo e relendo a série; está sempre antenada aos fóruns; escreve uma fanfic de sucesso; e até se veste igual aos personagens na estreia de cada filme.Diferente de sua irmã gêmea, Wren, que ao crescer deixou o fandom de lado, Cath simplesmente não consegue se desapegar. Ela não quer isso. Em sua fanfiction, um verdadeiro refúgio, Cath sempre sabe exatamente o que dizer, e pode escrever um romance muito mais intenso do que qualquer coisa que já experimentouna vida real.Mas agora que as duas estão indo para a faculdade, e Wren diz que não a quer como companheira de quarto, Cath se vê sozinha e completamente fora de sua zona de conforto.Uma nova realidade pode parecer assustadora para uma garota demasiadamente tímida. Mas ela terá de decidir se finalmente está preparada para abrir seu coração para novas pessoas e novas experiências.Será que Cath está pronta para começar a viver sua própria vida? Escrever suas próprias histórias?

Outras capas:



Rainbow Rowell é norte-americana e escritora de livros de YA, em 2013 suas obras Eleanor & Park e Fangirl ganharam grandes elogios sendo então eleito pela The New York Times dois dos melhores Young Adults do ano, em 2015 a Novo Século trouxe para o Brasil esses livros. Ela também é autora de Carry On, Ligações e Anexos que também foram lançados pela Novo Século com as capas (até agora) originais.

Cath e Wren são irmãs gêmeas que foram criadas apenas pelo pai quando a mãe as abandonou quando tinham por volta de 8 anos.  Elas sempre foram muito, muito, unidas e faziam praticamente tudo juntas, mas então elas vão para faculdade e Wren decide que não quer dividir o quarto do dormitório com sua irmã, Cath, a partir desse momento elas se separam e vão viver a vida de maneira diferentes, coisa que até então nunca tinham feito.

Cath é mais introvertida e depende quase que sempre da irmã e Wren era a festeira e que todos gostavam mais. Enquanto a irmã vai conhecendo praticamente boa parte da faculdade, Cath tem apenas como amigos a Reagan (sua colega de guardo), o Levi (amigo da Reagan) e o Nick (seu parceiro de trabalho na aula de escrita criativa). Ela se limitava a não precisar ter muito contado com essas pessoas, aproveitava sua falta de vida social para terminar de escrever sua fanfiction, que é super conhecida, da saga Simon Snow.

"- Então por que não mora com a sua irmã?
- Ela quer conhecer gente nova.
- Fala como se ela tivesse terminado com você."

As personagens são cativantes, a Cath não é nada demais mas eu me identifiquei tanto com ela que acabei compreendendo tudo que ela fazia, eu me senti parte do livro. Nenhum livro me descreveu tanto quando Fangirl. Fica bem claro os sentimentos que rondam a Cath, ela se sente trocada, perdida na faculdade (minha vida) e principalmente tem dificuldade de largar as coisas antigas, tem dificuldade de entender que sua vida chegou a uma nova fase, mas ao mesmo tempo ela ainda quer ser uma escritora de fanfic. Cath tem medo de crescer mas quando decide que chegou a hora ela muda completamente.

A narração é na terceira pessoa, temos a visão clara da Cath mas também de todas as outras personagens. A história é leve, tranquila e gostosa para quem quer ler algo rápido. Rainbow Rowell escreve divinamente, a narrativa rouba o leitor para si e faz com que terminar logo seja seu último objetivo. Cath passa por uma fase de amadurecimento, sair da sua zona de conforto e é narrado de forma tão real que fica fácil compreender várias fases da vida. 

O livro é real, vemos nele as inseguranças e medos. Eu amo a Rainbow Rowell por me fazer compreender sobre eu mesma, tudo na Cath era sobre mim. Eu sou a Cath e depois de ler esse livro não me senti mal por ser ela. A insegurança, o medo de não escrever bem, o fato de eu ter dificuldade em sair da minha zona de conforto, tudo nela, absolutamente TUDO era sobre mim. E acho que existem várias outras Caths por aí e tenho certeza de que com esse livro essas outras Caths também não vão se sentir mal por ser assim e vão saber como seguir com isso.

"- Não - disse Cath -, é sério. Você é dona de si, não tem medo de nada. Eu tenho medo de tudo. E sou maluca. Tipo, talvez você ache que eu sou um pouco maluca, mas eu só deixo as pessoas verem a ponta do meu iceberg de maluquice. Por baixo dessa aparência de um pouco maluca e levemente retardada socialmente, eu sou um completo desastre."

Depois de amar a Cath minha personagem favorita era o Levi, ele é muito amorzinho. Eu fiquei apaixonada por ele, mas não posso dizer muito porque acabaria dando um spoiler. O Levi vivia visitando o quarto da Reagan e a Cath até achava que eles eram namorados, o jeito sútil dele de lidar com as coisas e o fato de ser divertido e único me fizeram gostar dele e querer fazer parte daquela amizade também. 

O pai delas também é um grande "porquê", Cath se vê responsável por ele e nunca o quer deixar sozinho e ao longo da leitura vamos entendendo o porquê disso e também se entende o motivo pelo qual o pai dela é como é. O livro tem romance, crescimento pessoal, dramas mas tudo vale apena. A história é incrível e por isso se tornou um dos meus livros favoritos.

"- Qual é o plano? - ela perguntou.
Ele sorriu.
- Meu plano é fazer coisas que te façam querer me ver de novo no dia seguinte. Qual é o seu?
- Vou tentar não bancar a idiota."

Eu suuuuuper recomendo, é um livro que pode ser chato para alguns porque não vão gostar do jeito da Cath e existem aquelas pessoas que vão amar justamente por causa do jeito da Cath. Independente do motivo pelo qual você vá ler esse livro, dúvido que não vai estar imersa no mundo criado pela Rainbow Rowel <3




Heeey !

Hoje logo cedo tive que segurar o lacre que foi esse trailer de Assassin's Creed, eu nunca joguei o jogo mas li até o segundo livro e tenho uma paixão por essa história (Talvez seja a razão pelo qual eu amo de paixão Trono de Vidro) e quando eu soube que viraria filme logo me interessei em assistir.  O filme tem previsão para 5 de janeiro de 2017 com o Michael Fassbende como Callum Lynch, o elenco ainda conta com a presença de  Marion Cotillard (Macbaeth: Ambição & Guerra), Jeremy Irons (Batman Vs Superman) e vai ser dirigido pelo australiano Justin Kurzel (Macbeth: Ambição & Guerra). Então confiram o trailer:



Eai o que acharam?


Bom Dia !

Essa semana quem acompanha o Descafeinadas sabe que estou surtando por estar lendo "Rainha das Sombras" (Queen Of Shadows) o quarto livro, sem contar com o spin-off, da saga Trono de Vidro. Mas também sabem que eu surtei porque foi divulgado a capa mais a sinopse de "Empire Of Storms" (Império das Tempestades, em tradução livre) que é o penúltimo livro da saga com lançamento para setembro de 2016 na gringa, provavelmente com previsão para o segundo semestre ou só em 2017. Para você que ainda não viu foi divulgada a capa americana (a com fundo escuro) e a britânica (a com fundo branco), eu achei a capa linda demais e uma das mais diferentes da saga, mostra uma Celaena/Aelin muito diferente, muito mais madura. Se você ainda não leu os livros a sinopse pode contar spoilers,cuidado.


''O longo caminho para o trono está apenas começando para Aelin Galathynius. Laços foram quebrados e comprados, amigos foram perdidos e ganhos, e aqueles que possuem magia encontram-se em desacordo com aqueles que não a tem. Com reinos se rompendo ao redor de Erilea, inimigos deve tornar-se aliados se Aelin quer manter aqueles que ama longe das tentações de cair para as forças das trevas que estão prestes a reivindicar seu mundo. Com a guerra iminente em todos os horizontes, a única chance de salvação se encontra em uma busca desesperada que pode marcar o fim de tudo que Aelin mais aprecia. A jornada de Aelin de assassina a rainha, tem seduzido milhões em todo o mundo, e este quinto livro vai deixar os fãs sem fôlego.
Aelin vai ter sucesso em manter o seu mundo de fragmentos, ou tudo irá desabar?"

Fala se não é uma das mais lindas? Qual é sua preferida?

Throne of Glass series book covers, including Empire of Storms!:


QUERO MUITO ESSE LIVRO <3






Título Original: The Girl on the Train
Autor(a): Paula Hawkins
Editora: Editora Record
Páginas: 256
Gênero: Thriller Psicológico
Nota: 





Heeey !

Há tempos eu queria ler esse livro, pelo simples fato de que disseram que quem gostou de Garota Exemplar (e na verdade eu amei) ficaria sem fôlego ao ler A Garota no Trem e embora os dois livros apenas façam o estilo de livro que você não consegue parar de ler, Rachel não é nenhuma Emmy da vida, mas a história me prendeu de tal forma que eu não conseguia largar o livro. Se você está em dúvida sobre ler ou não ler, comprar ou não comprar leia a resenha:


Um thriller psicológico que vai mudar para sempre a maneira como você observa a vida das pessoas ao seu redor.
Todas as manhãs, Rachel pega o trem das 8h04 de Ashbury para Londres. O arrastar trepidante pelos trilhos faz parte de sua rotina. O percurso, que ela conhece de cor, é um hipnotizante passeio de galpões, caixas dágua, pontes e aconchegantes casas.
Em determinado trecho, o trem para no sinal vermelho. E é de lá que Rachel observa diariamente a casa de número 15. Obcecada com seus belos habitantes a quem chama de Jess e Jason , Rachel é capaz de descrever o que imagina ser a vida perfeita do jovem casal. Até testemunhar uma cena chocante, segundos antes de o trem dar um solavanco e seguir viagem. Poucos dias depois, ela descobre que Jess na verdade Megan está desaparecida.
Sem conseguir se manter alheia à situação, ela vai à polícia e conta o que viu. E acaba não só participando diretamente do desenrolar dos acontecimentos, mas também da vida de todos os envolvidos.
Uma narrativa extremamente inteligente e repleta de reviravoltas, A garota No Trem é um thriller digno de Hitchcock a ser compulsivamente devorado.

Outras capas:



Paula Hawkins foi jornalista na área financeira durante quinze anos até que decidiu dedicar-se totalmente a escrever, sua grande primeira obra foi A Garota no Trem que foi lançado em 2015 em terras gringas. O livro estourou fora do país tendo então seus direitos de vendidos para a Galera Record também em 2015. O livro teve seus direitos comprados e vai virar filme pelas mãos da Universal Pictures, o filme tem previsão de estréia em 24 de Novembro de 2016.

Rachel é psicótica, cheia de problemas emocionais e acumula culpa após ser traída pelo Tom (seu ex-marido) o mesmo acaba se casando, com a então amante, Anna e os dois tem uma filha. Com o casamento destruído, sem emprego e o vício em álcool Rachel não tem mais nada com que se preocupar, sua vida é entediante, vivendo de ressaca em ressaca é tudo que tem agora. Quando está no estado da inercia causado pelo álcool, Rachel pega se culpando pela traição do marido e passa persegui-lo querendo que ele a desculpe por erros cometidos pelo próprio Tom: manda mensagens, vai até a casa deles (o que deixa Anna muito assustada) e passa a não ter mais uma vida.


“Nunca entendi como as pessoas podem neglicenciar com tanta frieza os danos que causam ao seguir o que manda o coração. Quem foi que disse que fazer o que manda o coração é uma coisa boa? É puro egocentrismo, um egoísmo de querer ter tudo.”

Sem emprego ela pega todo o dia o mesmo trem de Ashbury para Londres porque assim sua amiga com quem divide apartamento jamais descobrirá que ela está desempregada. Rachel é claramente uma stalker, não conseguindo cuidar da própria vida acaba então entrando de cabeça na vida dos outros. O trem passa todos os dias pelo mesmo local, assim Rachel olha para uma casa específica onde sempre vê um casal no jardim na mesma rua em que ela costumava morar com Tom. Ela fantasia então que esse casal tem a vida que ela pediu a Deus, tudo parecia bem entre o seu casal da ficção até que um dia ela vê a mulher traindo o marido.

Mas tudo muda em uma noite quando Rachel bebe tanto a ponto de esquecer o que fez e acaba chegando em casa bem machucada, aquilo não seria nada demais se no mesmo dia não tivesse desparecido a Megan – a mulher que ela olhava do trem – e ao que tudo indica Rachel estava no mesmo lugar em que Megan estava quando desapareceu. A polícia acaba chegando em Rachel, mas como confiar em uma bêbada? Mas o desparecimento vai dar a Rachel algo com que se ocupar e ela gostará disso.

A narrativa acontece pelos olhos de Anna, Rachel e Megan. Anna é uma personagem na qual não se pode confiar, achei ela contraditória e no final das contas não entendia muito bem onde ela queria chegar, com todo seu ódio – e medo – de Rachel, Anna me fazia questionar sobre o papel da mulher cega de amor. Rachel me deixou com pena dela, ela tinha muita piedade com si mesma e foi interessante estar dentro da vida de uma alcoólatra, os pensamentos confusos e a falta de memória me faziam pensar em como ela nunca mais tinha ficado normal depois do casamento. Megan era a estrela, tinha um ar de louca e dissimulada que muito me encantava e suas narrações eram as mais interessantes.


“Eu me sinto assustada e confusa. Alguém está tentando me bater. Posso ver o punho vindo e me agacho, as mãos para o alto tentando proteger a cabeça. Já não estou no trem, mas na rua. Ouço gargalhadas de novo, ou gritos. Estou na escada, estou na calçada, é tudo tão confuso, meu coração bate acelerado.”

A trama lembra muito Garota Exemplar, mas só isso também porque as histórias são completamente diferentes. Estar imerso no mundo criado por Paula Hawkins é incrível porque eu só consegui largar o livro quando terminei, ela me conduziu por toda a história envolvendo-me em suas palavras e fazendo com que eu duvidasse de todos. Achei primeiro que o culpado pela sumiço de Megan era o seu marido, Scott, depois suspeitei de que fosse a própria Rachel e no final o verdadeiro culpado foi alguém que eu não esperava.

Quando você começa a ligar as partes do livro dá certo sentimento de alegria e euforia, é uma trama misteriosa e embora os capítulos sejam curtos e nunca parecem o suficiente para saciar a curiosidade, cada um deles nos leva a uma narração que diz tudo mas não diz nada. É o que torna o livro incrível. Temos a visão da mulher que se vê culpada por uma traição que não foi dela, uma mulher que faria tudo por amor e uma mulher insana que não sabia o que fazer com a própria vida.

"Perdi o controle sobre tudo, até sobre os lugares dentro da minha cabeça."


Fiquei apaixonada pela narrativa do início ao fim, as personagens nos dão aquela impressão de “Conheço alguém assim”, como se elas realmente fossem reais. Impossível não sentir o que elas sente e de certo modo até entender cada um dos pontos de vista como se estivesse vivendo aquilo. O livro é incrível e se o filme for metade do que o livro é, vai ser um filme incrível como Garota Exemplar foi.









Título Original: All The Birds Singing
Autor(a): Evie Wyld
Editora: DarkSide Books
Páginas: 256
Gênero: Suspense e Mistério & Ficção 
Nota: 






Heeeey !

Vocês estão aproveitam o friozinho que está fazendo em São Paulo? É impossível não aproveitar e por isso nada melhor do que ler um bom livro debaixo dos cobertores com um café. Li há alguns dias Onde Cantam os Pássaros e só tive tempo hoje de postar essa resenha. A DarkSide sempre trás livros que, além de uma boa história, são lindos de morrer e se tornam a paixão da minha estante. Nesse sucesso da Evie Wyld não é diferente, se capa faz você se apaixonar confira a resenha:

No premiado romance de Evie Wyld, a fazendeira Jake White leva uma vida simples numa ilha inglesa. Suas únicas companhias são rochedos, a chuva incessante, suas ovelhas e um cachorro, que atende pelo nome de Cão. Tendo escolhido a solidão por vontade própria, Jake precisa lidar com acontecimentos recentes que põem em dúvida o quanto ela realmente está sozinha – e o quanto estará segura. De tempos em tempos, uma de suas ovelhas aparece morta, o que pode ser muito bem obra das raposas que habitam a floresta próxima à sua fazenda. Ou de algo pior. Um menino perdido, um homem estranho, rumores sobre uma fera e fantasmas do seu próprio passado atormentam a vida de uma mulher que sonha com a redenção.
Aos poucos, vamos descobrindo mais sobre as suas habilidades em tosquiar e cuidar de ovelhas, aprendidas ainda quando jovem, em sua terra natal, na Austrália. E vamos aprendendo também o que aconteceu lá, que acabou por conduzir White à uma vida de reclusão e isolamento. E sobre as contradições e diferenças entre um passado (sempre narrado no tempo verbal presente) cheio de vida e calor, e o presente (narrado por sua vez no passado) repleto de lama, frio e um ritmo mais desacelerado, paira uma atmosfera absolutamente brutal.
Com uma prosa verdadeiramente excepcional, o estilo da autora reúne tanto clareza como substância e apresenta uma personagem inesquecível, enigmática, trágica, assombrada por um passado inescapável. Uma mulher forte, ainda que tão passível de falhas, erros e equívocos como todos nós. É uma história de solidão e sobrevivência, culpa, perda e o poder do perdão. Uma escrita visceral onde sentimos a presença de tudo, os odores, o vento, o tempo. Nada passa desapercebido.
Onde Cantam os Pássaros é o segundo romance de Evie Wyld – selecionada em 2013 pela revista Granta entre os melhores jovens escritores britânicos da década – e mantém uma pequena e simpática livraria independente no bairro de Peckham, em Londres. A Review Bookshop possui um pequeno jardim, é dog friendly, realiza o Peckham Literary Festival e, claro, vende os melhores livros de grandes e pequenas editoras.

Sua prosa refinada com altas doses de terror psicológico está muito bem representada na edição que a DarkSide® Books entrega a seus leitores em 2015. Ela queria se isolar de tudo e todos, mas agora está cercada pela crueldade do silêncio e a mais pura manifestação da natureza. O ciclo da vida é muito mais assustador quando o fim ecoa dentro de nós. Prepare-se para descobrir uma grande autora, e um livro à sua altura.

Outras capas:



Evie Wyld nasceu em Londres em 1980, ganhadora de prêmios literários como: Rhys John Llewllyn (2009), Encore (2013), Franklin Miles (2014) e o European Union Pize for Literature (2014)  que ela ganhou pelo livro resenhado aqui, Onde Cantam os Pássaros. Atualmente Evie vive em Brixton, Inglaterra onde é dona de uma livraria. Seu primeiro romance se chama, After The Fire, A Still Smal Voice de 2009 que a fez ser aclamada pelo The Dailly Telegraph como uma das 20 melhores escritoras britânicas, ou seja, ela não é qualquer escriora é A escritora.

Ao contrário do que se pensa por ser uma obra de ficção Onde Cantam os Pássaros é um livro pesado e totalmente escrito para adultos, os temas como sexo, prostituição, violência, abuso e drogas são tratados na forma real e não romantizada dos problemas, ou seja, é descrito exatamente da maneira como acontece sem nenhum toque de romance para amenizar a situação. A história é tratada sem fantasias ou romantizações, é um livro humano onde tudo que é narrado não poupa detalhes, com personagens tão humanas e reais é impossível não se sentir imersa no livro.

A personagem principal é a Jake White, ela é uma mulher misteriosa que vive isolada em uma fazenda cuidando de ovelhas. Ela não sai da fazenda e prefere viver assim, não frequenta nem mesmo o pub da cidade. Jake tem um passado pesado do qual ela não consegue se livrar, um passado que parece sempre estar recente na sua cabeça. Além de tudo ela não faz questão de estar no meio das pessoas, sua única companhia é o Cão, seu cachorro, e as ovelhas que a cercam.

"Posso jurar que vejo um pássaro, brilhando em chamas, voar do alto de uma árvore e continuar subindo como se fosse um foguete para Marte."

A história em si não é tão ruim assim, embora eu quisesse dar mesmo nota a diagramação, primor artístico e excelência na capa da DarkSide. A capa é bem mais chamativa que o romance, mesmo que o livro saia daquele terrível clichê. Acho que a história está mais para um drama psicológico do que para suspense, já que a Jake é quem narra a história e são seus pensamentos que está a frente durante toda a leitura.

A narrativa é em primeira pessoa e é bem simples, na verdade se a narrativa talvez fosse de outro jeito tornasse a leitura maçante e cansativa. Por causa da narrativa simples, direta, humana e rápida o livro se torna fácil de ler. Como disse no começo não é um livro em que temas pesados são romanceados e ler isso diretamente na visão da Jake deixa tudo ainda mais humano. 

O que me incomodou bastante é que o livro não se limita apenas em narrar o futuro, dá voltas ao passado para mostrar de forma misteriosa como a vida de Jake acabou ali. Ás vezes, quase sempre, eu não tinha a certeza se estava lendo o presente ou o passado. A falta de marcação na transição do tempo é bastante incomodo, demora-se até entender que as narrações tratam-se do passado da personagem. É confuso e cansativo.

Uma questão que chama muita atenção na personalidade da Jake é que ela é a única mulher fazendeira da região, ela sofre preconceitos por causa disso e foi a deixa perfeita para que Evie trata-se um pouco do feminismo na sociedade e o quanto ele é preciso, já que Jake é uma mulher independente e não precisa de ninguém para ter o que quer. Consegue cuidar perfeitamente de si mesma.

Além do passado de Jake temos outro fator curioso no livro, tem uma coisa matando suas ovelhas (talvez tenha sido por esse fato em especial que o livro se classificou como suspense) e não existe nada mais importante para Jake do que descobrir quem está fazendo isso. E confesso que por mais que eu tenha lido com atenção, não achei que esse fato (a descoberta em si) tenha ficado muito claro.

"Outra ovelha, mutilada e coberta de sangue, as vísceras ainda frescas e o vapor subindo dela como um pudim recém cozido. Corvos esvoaçam e crocitam, com os bicos reluzentes, e quando agito meu cajado eles voam para as árvores, observando, abrindo suas asas. Cantando, se é que pode dizer isso."

O final não me agradou, não gosto de finais de livros únicos que deixam algo em aberto porque tive a impressão de que o livro estava inacabado. A personagem criada por Evie Wyld é incrível no nível de personagens reais, Jake é tão real que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar e é esse o fato que torna a história tão interessante. Mas, voltou a dizer que a capa do livro vende muito mais dele do que ele realmente é. A Edição feita pela DarkSide é de cair de joelhos, uma típica edição de colecionador, com as capas em preto, ilustrações e uma combinação incrível das cores da capa.

O livro me comprou pela capa mas a história tem muito a agradar. É uma leitura rápida, mas não tão fácil que compensa para quem gosta de personagens difíceis e com personalidades ímpares. Dificilmente irei ler sobre outra Jake White, porque Evie Wyld criou uma personagem única.