Título Original: All The Birds Singing
Autor(a): Evie Wyld
Editora: DarkSide Books
Páginas: 256
Gênero: Suspense e Mistério & Ficção 
Nota: 






Heeeey !

Vocês estão aproveitam o friozinho que está fazendo em São Paulo? É impossível não aproveitar e por isso nada melhor do que ler um bom livro debaixo dos cobertores com um café. Li há alguns dias Onde Cantam os Pássaros e só tive tempo hoje de postar essa resenha. A DarkSide sempre trás livros que, além de uma boa história, são lindos de morrer e se tornam a paixão da minha estante. Nesse sucesso da Evie Wyld não é diferente, se capa faz você se apaixonar confira a resenha:

No premiado romance de Evie Wyld, a fazendeira Jake White leva uma vida simples numa ilha inglesa. Suas únicas companhias são rochedos, a chuva incessante, suas ovelhas e um cachorro, que atende pelo nome de Cão. Tendo escolhido a solidão por vontade própria, Jake precisa lidar com acontecimentos recentes que põem em dúvida o quanto ela realmente está sozinha – e o quanto estará segura. De tempos em tempos, uma de suas ovelhas aparece morta, o que pode ser muito bem obra das raposas que habitam a floresta próxima à sua fazenda. Ou de algo pior. Um menino perdido, um homem estranho, rumores sobre uma fera e fantasmas do seu próprio passado atormentam a vida de uma mulher que sonha com a redenção.
Aos poucos, vamos descobrindo mais sobre as suas habilidades em tosquiar e cuidar de ovelhas, aprendidas ainda quando jovem, em sua terra natal, na Austrália. E vamos aprendendo também o que aconteceu lá, que acabou por conduzir White à uma vida de reclusão e isolamento. E sobre as contradições e diferenças entre um passado (sempre narrado no tempo verbal presente) cheio de vida e calor, e o presente (narrado por sua vez no passado) repleto de lama, frio e um ritmo mais desacelerado, paira uma atmosfera absolutamente brutal.
Com uma prosa verdadeiramente excepcional, o estilo da autora reúne tanto clareza como substância e apresenta uma personagem inesquecível, enigmática, trágica, assombrada por um passado inescapável. Uma mulher forte, ainda que tão passível de falhas, erros e equívocos como todos nós. É uma história de solidão e sobrevivência, culpa, perda e o poder do perdão. Uma escrita visceral onde sentimos a presença de tudo, os odores, o vento, o tempo. Nada passa desapercebido.
Onde Cantam os Pássaros é o segundo romance de Evie Wyld – selecionada em 2013 pela revista Granta entre os melhores jovens escritores britânicos da década – e mantém uma pequena e simpática livraria independente no bairro de Peckham, em Londres. A Review Bookshop possui um pequeno jardim, é dog friendly, realiza o Peckham Literary Festival e, claro, vende os melhores livros de grandes e pequenas editoras.

Sua prosa refinada com altas doses de terror psicológico está muito bem representada na edição que a DarkSide® Books entrega a seus leitores em 2015. Ela queria se isolar de tudo e todos, mas agora está cercada pela crueldade do silêncio e a mais pura manifestação da natureza. O ciclo da vida é muito mais assustador quando o fim ecoa dentro de nós. Prepare-se para descobrir uma grande autora, e um livro à sua altura.

Outras capas:



Evie Wyld nasceu em Londres em 1980, ganhadora de prêmios literários como: Rhys John Llewllyn (2009), Encore (2013), Franklin Miles (2014) e o European Union Pize for Literature (2014)  que ela ganhou pelo livro resenhado aqui, Onde Cantam os Pássaros. Atualmente Evie vive em Brixton, Inglaterra onde é dona de uma livraria. Seu primeiro romance se chama, After The Fire, A Still Smal Voice de 2009 que a fez ser aclamada pelo The Dailly Telegraph como uma das 20 melhores escritoras britânicas, ou seja, ela não é qualquer escriora é A escritora.

Ao contrário do que se pensa por ser uma obra de ficção Onde Cantam os Pássaros é um livro pesado e totalmente escrito para adultos, os temas como sexo, prostituição, violência, abuso e drogas são tratados na forma real e não romantizada dos problemas, ou seja, é descrito exatamente da maneira como acontece sem nenhum toque de romance para amenizar a situação. A história é tratada sem fantasias ou romantizações, é um livro humano onde tudo que é narrado não poupa detalhes, com personagens tão humanas e reais é impossível não se sentir imersa no livro.

A personagem principal é a Jake White, ela é uma mulher misteriosa que vive isolada em uma fazenda cuidando de ovelhas. Ela não sai da fazenda e prefere viver assim, não frequenta nem mesmo o pub da cidade. Jake tem um passado pesado do qual ela não consegue se livrar, um passado que parece sempre estar recente na sua cabeça. Além de tudo ela não faz questão de estar no meio das pessoas, sua única companhia é o Cão, seu cachorro, e as ovelhas que a cercam.

"Posso jurar que vejo um pássaro, brilhando em chamas, voar do alto de uma árvore e continuar subindo como se fosse um foguete para Marte."

A história em si não é tão ruim assim, embora eu quisesse dar mesmo nota a diagramação, primor artístico e excelência na capa da DarkSide. A capa é bem mais chamativa que o romance, mesmo que o livro saia daquele terrível clichê. Acho que a história está mais para um drama psicológico do que para suspense, já que a Jake é quem narra a história e são seus pensamentos que está a frente durante toda a leitura.

A narrativa é em primeira pessoa e é bem simples, na verdade se a narrativa talvez fosse de outro jeito tornasse a leitura maçante e cansativa. Por causa da narrativa simples, direta, humana e rápida o livro se torna fácil de ler. Como disse no começo não é um livro em que temas pesados são romanceados e ler isso diretamente na visão da Jake deixa tudo ainda mais humano. 

O que me incomodou bastante é que o livro não se limita apenas em narrar o futuro, dá voltas ao passado para mostrar de forma misteriosa como a vida de Jake acabou ali. Ás vezes, quase sempre, eu não tinha a certeza se estava lendo o presente ou o passado. A falta de marcação na transição do tempo é bastante incomodo, demora-se até entender que as narrações tratam-se do passado da personagem. É confuso e cansativo.

Uma questão que chama muita atenção na personalidade da Jake é que ela é a única mulher fazendeira da região, ela sofre preconceitos por causa disso e foi a deixa perfeita para que Evie trata-se um pouco do feminismo na sociedade e o quanto ele é preciso, já que Jake é uma mulher independente e não precisa de ninguém para ter o que quer. Consegue cuidar perfeitamente de si mesma.

Além do passado de Jake temos outro fator curioso no livro, tem uma coisa matando suas ovelhas (talvez tenha sido por esse fato em especial que o livro se classificou como suspense) e não existe nada mais importante para Jake do que descobrir quem está fazendo isso. E confesso que por mais que eu tenha lido com atenção, não achei que esse fato (a descoberta em si) tenha ficado muito claro.

"Outra ovelha, mutilada e coberta de sangue, as vísceras ainda frescas e o vapor subindo dela como um pudim recém cozido. Corvos esvoaçam e crocitam, com os bicos reluzentes, e quando agito meu cajado eles voam para as árvores, observando, abrindo suas asas. Cantando, se é que pode dizer isso."

O final não me agradou, não gosto de finais de livros únicos que deixam algo em aberto porque tive a impressão de que o livro estava inacabado. A personagem criada por Evie Wyld é incrível no nível de personagens reais, Jake é tão real que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar e é esse o fato que torna a história tão interessante. Mas, voltou a dizer que a capa do livro vende muito mais dele do que ele realmente é. A Edição feita pela DarkSide é de cair de joelhos, uma típica edição de colecionador, com as capas em preto, ilustrações e uma combinação incrível das cores da capa.

O livro me comprou pela capa mas a história tem muito a agradar. É uma leitura rápida, mas não tão fácil que compensa para quem gosta de personagens difíceis e com personalidades ímpares. Dificilmente irei ler sobre outra Jake White, porque Evie Wyld criou uma personagem única.








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