Título Original: The Girl on the Train
Autor(a): Paula Hawkins
Editora: Editora Record
Páginas: 256
Gênero: Thriller Psicológico
Nota: 





Heeey !

Há tempos eu queria ler esse livro, pelo simples fato de que disseram que quem gostou de Garota Exemplar (e na verdade eu amei) ficaria sem fôlego ao ler A Garota no Trem e embora os dois livros apenas façam o estilo de livro que você não consegue parar de ler, Rachel não é nenhuma Emmy da vida, mas a história me prendeu de tal forma que eu não conseguia largar o livro. Se você está em dúvida sobre ler ou não ler, comprar ou não comprar leia a resenha:


Um thriller psicológico que vai mudar para sempre a maneira como você observa a vida das pessoas ao seu redor.
Todas as manhãs, Rachel pega o trem das 8h04 de Ashbury para Londres. O arrastar trepidante pelos trilhos faz parte de sua rotina. O percurso, que ela conhece de cor, é um hipnotizante passeio de galpões, caixas dágua, pontes e aconchegantes casas.
Em determinado trecho, o trem para no sinal vermelho. E é de lá que Rachel observa diariamente a casa de número 15. Obcecada com seus belos habitantes a quem chama de Jess e Jason , Rachel é capaz de descrever o que imagina ser a vida perfeita do jovem casal. Até testemunhar uma cena chocante, segundos antes de o trem dar um solavanco e seguir viagem. Poucos dias depois, ela descobre que Jess na verdade Megan está desaparecida.
Sem conseguir se manter alheia à situação, ela vai à polícia e conta o que viu. E acaba não só participando diretamente do desenrolar dos acontecimentos, mas também da vida de todos os envolvidos.
Uma narrativa extremamente inteligente e repleta de reviravoltas, A garota No Trem é um thriller digno de Hitchcock a ser compulsivamente devorado.

Outras capas:



Paula Hawkins foi jornalista na área financeira durante quinze anos até que decidiu dedicar-se totalmente a escrever, sua grande primeira obra foi A Garota no Trem que foi lançado em 2015 em terras gringas. O livro estourou fora do país tendo então seus direitos de vendidos para a Galera Record também em 2015. O livro teve seus direitos comprados e vai virar filme pelas mãos da Universal Pictures, o filme tem previsão de estréia em 24 de Novembro de 2016.

Rachel é psicótica, cheia de problemas emocionais e acumula culpa após ser traída pelo Tom (seu ex-marido) o mesmo acaba se casando, com a então amante, Anna e os dois tem uma filha. Com o casamento destruído, sem emprego e o vício em álcool Rachel não tem mais nada com que se preocupar, sua vida é entediante, vivendo de ressaca em ressaca é tudo que tem agora. Quando está no estado da inercia causado pelo álcool, Rachel pega se culpando pela traição do marido e passa persegui-lo querendo que ele a desculpe por erros cometidos pelo próprio Tom: manda mensagens, vai até a casa deles (o que deixa Anna muito assustada) e passa a não ter mais uma vida.


“Nunca entendi como as pessoas podem neglicenciar com tanta frieza os danos que causam ao seguir o que manda o coração. Quem foi que disse que fazer o que manda o coração é uma coisa boa? É puro egocentrismo, um egoísmo de querer ter tudo.”

Sem emprego ela pega todo o dia o mesmo trem de Ashbury para Londres porque assim sua amiga com quem divide apartamento jamais descobrirá que ela está desempregada. Rachel é claramente uma stalker, não conseguindo cuidar da própria vida acaba então entrando de cabeça na vida dos outros. O trem passa todos os dias pelo mesmo local, assim Rachel olha para uma casa específica onde sempre vê um casal no jardim na mesma rua em que ela costumava morar com Tom. Ela fantasia então que esse casal tem a vida que ela pediu a Deus, tudo parecia bem entre o seu casal da ficção até que um dia ela vê a mulher traindo o marido.

Mas tudo muda em uma noite quando Rachel bebe tanto a ponto de esquecer o que fez e acaba chegando em casa bem machucada, aquilo não seria nada demais se no mesmo dia não tivesse desparecido a Megan – a mulher que ela olhava do trem – e ao que tudo indica Rachel estava no mesmo lugar em que Megan estava quando desapareceu. A polícia acaba chegando em Rachel, mas como confiar em uma bêbada? Mas o desparecimento vai dar a Rachel algo com que se ocupar e ela gostará disso.

A narrativa acontece pelos olhos de Anna, Rachel e Megan. Anna é uma personagem na qual não se pode confiar, achei ela contraditória e no final das contas não entendia muito bem onde ela queria chegar, com todo seu ódio – e medo – de Rachel, Anna me fazia questionar sobre o papel da mulher cega de amor. Rachel me deixou com pena dela, ela tinha muita piedade com si mesma e foi interessante estar dentro da vida de uma alcoólatra, os pensamentos confusos e a falta de memória me faziam pensar em como ela nunca mais tinha ficado normal depois do casamento. Megan era a estrela, tinha um ar de louca e dissimulada que muito me encantava e suas narrações eram as mais interessantes.


“Eu me sinto assustada e confusa. Alguém está tentando me bater. Posso ver o punho vindo e me agacho, as mãos para o alto tentando proteger a cabeça. Já não estou no trem, mas na rua. Ouço gargalhadas de novo, ou gritos. Estou na escada, estou na calçada, é tudo tão confuso, meu coração bate acelerado.”

A trama lembra muito Garota Exemplar, mas só isso também porque as histórias são completamente diferentes. Estar imerso no mundo criado por Paula Hawkins é incrível porque eu só consegui largar o livro quando terminei, ela me conduziu por toda a história envolvendo-me em suas palavras e fazendo com que eu duvidasse de todos. Achei primeiro que o culpado pela sumiço de Megan era o seu marido, Scott, depois suspeitei de que fosse a própria Rachel e no final o verdadeiro culpado foi alguém que eu não esperava.

Quando você começa a ligar as partes do livro dá certo sentimento de alegria e euforia, é uma trama misteriosa e embora os capítulos sejam curtos e nunca parecem o suficiente para saciar a curiosidade, cada um deles nos leva a uma narração que diz tudo mas não diz nada. É o que torna o livro incrível. Temos a visão da mulher que se vê culpada por uma traição que não foi dela, uma mulher que faria tudo por amor e uma mulher insana que não sabia o que fazer com a própria vida.

"Perdi o controle sobre tudo, até sobre os lugares dentro da minha cabeça."


Fiquei apaixonada pela narrativa do início ao fim, as personagens nos dão aquela impressão de “Conheço alguém assim”, como se elas realmente fossem reais. Impossível não sentir o que elas sente e de certo modo até entender cada um dos pontos de vista como se estivesse vivendo aquilo. O livro é incrível e se o filme for metade do que o livro é, vai ser um filme incrível como Garota Exemplar foi.





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