Anjo Mecânico


Hooooy ><

Bem o Livro que ganhou na votação no face e no blog, então ele vai ser postado é o Anjo Mecânico da diva Cassandra Clare. Ele pertence a coleção Peças Infernais e é o primeiro de três livros. Confiram a Sinopse:

Anjo mecânico apresenta o mundo que deu origem à série Os Instrumentos Mortais, sucesso de Cassandra Claire. Nesse primeiro volume, que se passa na Londres vitoriana, a protagonista Tessa Gray conhece o mundo dos Caçadores de Sombras quando precisa se mudar de Nova York para a Inglaterra depois da morte da tia. Quando chega para encontrar o irmão Nathaniel, seu único parente vivo, ela descobrirá que é dona de um poder que capaz de despertar uma guerra mortal entre os Nephilim e as máquinas do Magistrado, o novo comandante das forças do submundo.

Gostaram? Querem ler? Continuem lendo ><


Canção do rio Tamisa

Um traço de sal
penetra despercebido e o rio sobe,
escurecendo para uma cor de chá,
engrossando ao encontro do verde.
Acima das suas margens as engrenagens e rodas
de máquinas monstruosas
estrondeiam e giram, o fantasma lá dentro
desaparece nas suas bobinas,
sussurrandomistérios.
Cada minúscula engrenagem dourada tem dentes,
cada grande roda movimenta
um par de pás que puxa
a água do rio,
devora -a, converte -a em vapor,
força a grande máquina a trabalhar
com a força da sua dissolução.
Suavemente, a maré sobe,
apodrecendo o mecanismo.
Sal, ferrugem e sedimento
abrandando as rodas dentadas.
Lá em baixo nas margens
os tanques de ferro
oscilamnassuas amarras
como bramido surdo
de um sino gigantesco,
de tambores e canhões
que clamam numa língua de trovão
e o rio rola por baixo.





Prólogo
Londres. Abril de 1878.


O demônio explodiu em um banho de icor e entranhas.William Herondale puxou de volta a adaga, mas era tarde demais. O ácido viscoso do sangue da criatura já começava a corroer a lâmina brilhante. Ele praguejou e jogou a arma de lado; ela aterrissou em uma poça imunda e começou a se extinguir como um fósforo mergulhado na água. O demônio em si, é claro, já desaparecera — despachado de volta para qualquer mundo infernal do qual viera, mas não sem deixar uma bagunça para trás.

— Jem! — chamou Will, se virando. — Onde você está? Viu isso? Morto com um golpe! Nada mal, hein?

Mas não houve resposta ao grito; o parceiro de caça estivera atrás cobrindo sua retaguarda na rua úmida e torta há poucos instantes, Will tinha certeza, mas agora estava sozinho nas sombras. Franziu a testa com 
irritação — era muito menos divertido se mostrar quando Jem não estava lá pra ver. Olhou para trás, onde a rua se estreitava em uma passagem que dava nas águas negras e agitadas do Tâmisa ao longe. Pela abertura Will podia ver os contornos escuros dos navios ancorados, como uma floresta  de mastros, um pomar sem folhas. Nada de Jem ali; talvez tivesse voltado para a Narrow Street à procura de mais luz. Dando de ombros, Will voltou pelo caminho pelo qual tinha vindo. A Narrow Street passava por Limehouse, entre as docas ao lado do rio  e os pardieiros amontoados a oeste em direção a Whitechapel. Era bastante estreita, repleta de armazéns e construções assimétricas de madeira. 

No momento estava deserta; mesmo os bêbados cambaleando para casa vindos do Grapes no alto da rua haviam achado algum lugar para cair no sono. Will gostava de Limehouse, gostava da sensação de estar na beira do mundo, onde os navios saíam diariamente para portos tão distantes  que era difícil imaginá-los. O fato de que a área era frequentada por marinheiros, e consequentemente cheia de antros de jogatina e ópio, além dos bordéis, também não era ruim. Era fácil se perder em um lugar como este. 

Ele nem se importava com o cheiro — fumaça, corda e alcatrão, temperos estrangeiros misturados ao fedor de água suja do Tâmisa. Olhando para todos os lados da rua vazia, ele esfregou a manga do casaco no rosto, tentando limpar o icor que ardia e queimava a pele. O tecido voltou manchado de verde e preto. Havia também um corte, bem feio, na parte de trás de sua mão. 

Um símbolo de cura seria bom agora. Um dos de Charlotte, de preferência. Ela era particularmente boa em desenhar iratzes. Uma forma surgiu das sombras e foi na direção de Will. Ela avançou rapidamente, mas logo parou. Não era Jem, mas um policial mundano com um capacete em formato de sino, um sobretudo pesado e uma expressão confusa. Olhou para Will, ou melhor, através de Will. Por mais acostumado que ele estivesse a feitiços, era sempre estranho que olhassem em sua direção e não o vissem. Will foi dominado por um impulso repentino de agarrar o cassetete do policial e observar o homem olhando em volta, tentando imaginar onde tinha ido parar; mas Jem o censurou nas poucas vezes em que fizera isso, e apesar de Will jamais ter entendido direito as objeções dele em relação a se divertir, não valia a pena irritá-lo.

Dando de ombros e piscando, o policial passou por Will, balançando a cabeça e murmurando para si mesmo algo sobre parar com o gim antes que realmente começasse a ver coisas. Will chegou para o lado a fim de permitir que o homem passasse, depois gritou:

— James Carstairs! Jem! Onde você está, seu canalha desleal?

Desta vez, houve uma resposta fraca:

— Aqui. Siga a luz enfeitiçada.

Will se moveu em direção ao som da voz de Jem. Parecia vir de uma abertura escura entre dois armazéns; um brilho fraco era visível entre as sombras, como a luz de um fogo-fátuo.

— Você me ouviu antes? Aquele demônio Shax achou que pudesse me pegar com aquelas malditas pinças, mas eu o encurralei em um beco e...

— Sim, ouvi.

— O jovem que apareceu na entrada do beco estava pálido à luz do poste; mais pálido do que o normal, que já era bastante. Estava com a cabeça descoberta, o que atraía qualquer olho imediatamente para seu cabelo. Era de um estranho tom prateado brilhante, como um xelim novo. Os olhos tinham a mesma cor prateada e o rosto fino era angular; a leve curva dos olhos oferecia a única pista de sua origem.Tinha manchas escuras na frente da camisa branca, e as mãos estavam ensopadas de vermelho.

Will ficou tenso.

— Você está sangrando. O que aconteceu?

Jem afastou a preocupação de Will com um gesto.

— O sangue não é meu. — Virou a cabeça, apontando o beco atrás de si. — É dela.

Will olhou para além do amigo, para as sombras mais densas do beco. No canto ao longe havia uma figura encolhida, apenas uma sombra na escuridão, mas quando Will olhou de perto, conseguiu identificar uma mão pálida e um tufo de cabelo claro.

— Uma mulher morta? — perguntou Will. — Uma mundana?

— Uma garota, na verdade. Não mais de 14 anos.

Com isso, Will soltou um palavrão alto e bem claro. Jem esperou pacientemente até que ele acabasse.

— Se ao menos tivéssemos passado um pouco mais cedo — disse Will finalmente. — Aquele maldito demônio...

— Isso é que é estranho. Não acho que seja obra do demônio. — Jem franziu o rosto. — Demônios Shax são parasitas, parasitas de ninhada. Ele teria levado a vítima de volta para a toca para depositar ovos na pele enquanto ainda estava viva. Esta menina foi esfaqueada, repetidas vezes. E também não acho que foi aqui. Não há sangue o bastante no beco. Acho que foi atacada em outro lugar e se arrastou até aqui para morrer.

— Mas o demônio Shax...

— Já disse, não acho que tenha sido o Shax. Acho que o demônio a perseguiu, caçando-a por alguma outra coisa, ou outra pessoa.

— Shaxes têm um olfato apurado — concedeu Will. — Já ouvi falar em 
feiticeiros utilizando-os para seguir rastros de desaparecidos. E ele realmente parecia estar se movendo com algum propósito estranho. — Olhou para além de Jem, para a miudez deplorável da forma encolhida no beco. 

— Não encontrou a arma, encontrou?

— Aqui. — Jem sacou alguma coisa de dentro do casaco, uma faca, enrolada em tecido branco. — É uma espécie de misericórdia, ou adaga de caça. Veja como a lâmina é fina.

Will a pegou. Era fina de fato, acabando em um cabo de osso polido. A lâmina e o cabo estavam manchados de sangue seco. Com o rosto franzido, limpou-a no tecido espesso da manga, esfregando até que um símbolo, marcado a fogo na lâmina, se tornasse visível. Duas serpentes, uma mordendo a cauda da outra, formando um círculo perfeito.

— Ouroboros — disse Jem, inclinando-se para olhar a faca. — Um duplo. Agora, o que acha que isso significa?

— O fim do mundo — disse Will, ainda olhando para a adaga e com um pequeno sorriso se formando na boca —, e o começo.

Jem franziu a testa.

— Entendo a simbologia, William. Quis dizer, o que você acha que  significa ele estar marcado na adaga?

O vento do rio sacudia o cabelo de Will; ele o tirou dos olhos com um gesto impaciente e voltou a estudar a faca.

— É um símbolo alquímico, não de um feiticeiro, ou do Submundo. 

Geralmente significa coisa de humano, do tipo tolo que acha que trafegar pela magia é o passe para conseguir riqueza e fama.

— Do tipo que geralmente acaba uma pilha de trapos sangrentos dentro de algum pentagrama. — A voz de Jem era grave.

— Do tipo que gosta de espreitar nas partes do Submundo da nossa adorável cidade. — Após enrolar cuidadosamente o lenço na lâmina, Will a colocou no bolso do casaco. — Acha que Charlotte vai me deixar cuidar da investigação?

— Acha que você é confiável no Submundo? Os antros de apostas, os 
covis de vício mágicos, as mulheres sem moral...

Will sorriu do mesmo jeito que Lúcifer deve ter sorrido momentos antes de cair do Paraíso.

— Você acha que amanhã seria cedo demais para começar a procurar?

Jem suspirou.

— Faça o que quiser, William. Você sempre faz.


O Capítulo acaba aqui anjos, awwwwnt Will & Jem ~pronto passo minha loucura; E ai gostaram? Se tiver comentários ou se quiserem mais eu continuo postando ><



Um Comentário

  1. Depois dessa resenha procurarei saber sobre ele *u*

    http://thaysresenhas.blogspot.com.br/ segue de volta lá?

    Beijinhos ^~~^

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