Título Original: The Winner's Curse 
Editora: Plaraforma 21
Páginas: 328
Gênero: Literatura Estrangeira
Nota: 




Heeey !

Essa vai ser uma resenha controversa, vi tantas resenhas criticando o livro e tudo mais e eu esperei para no final da leitura criticar também mas não aconteceu. Quando esse livro saiu na gringa tudo o que eu queria era lê-lo, comprei um ebook em inglês mas não tive tempo de ler, fiquei feliz quando o selo Plataforma 21 finalmente decidiu lançá-lo (inclusive a continuação O Crime do Vendedor chega nas livrarias na 1º quinze de setembro, eles foram um amor ao me responder no twitter). Confiram a resenha e tirem suas conclusões:

Kestrel quer ser dona do próprio destino. Alistar-se no Exército ou casar-se não fazem parte dos seus planos. Contrariando as vontades do pai - o poderoso general de Valória, reconhecido por liderar batalhas e conquistar outros povos -, a jovem insiste em sua rebeldia. Ironicamente, na busca pela própria liberdade, Kestrel acaba comprando um escravo em um leilão. O valor da compra chega a ser escandaloso, e mal sabe ela que esse ato impensado lhe custará muito mais do que moedas valorianas. O mistério em torno do escravo é hipnotizante. Os olhos de Arin escondem segredos profundos que, aos poucos, começam a emergir, mas há sempre algo que impede Kestrel de tocá-los. Dois povos inimigos, a guerra iminente e uma atração proibida... As origens que separam Kestrel de Arin são as mesmas que os obrigarão a lutarem juntos, mas por razões opostas. A Maldição do Vencedor é um verdadeiro triunfo lírico no universo das narrativas fantásticas. Com sua escrita poderosa, Marie Rutkoski constrói um épico de beleza indômita. Em um mundo dividido entre o desejo e a escolha, o dominador e o dominado, a razão e a emoção, de que lado você permanecerá?

Outras capas:



Eu poderia listar as coisas que não gostei nesse livro, mas tem uma coisa que não posso negar: A autora tem o dom de escrever. Sem muitas descrições e com muita fala ela conquista o leitor, mesmo com as coisas que eu não gostava simplesmente era impossível largar o livro. Eu queria entrar no mundo de Kestrel (que a propósito é um nome incrível pelo qual me apaixonei) e permanecer ali até o fim, eu não conseguia lagar a droga do livro e só queria mais e mais. Acho que as resenhas falando mal dele são de fato exageradas, sim tem bastante coisa que não gostei mas é impossível não gostar da história e do modo como a Marie Rutkoski escreve.

Muita gente não gostou da Kestrel, mas eu estou indo contra a maré dessas resenhas porque eu adorei o jeito bad-ass da Kestrel. Ela fez promessas e planos que não pode cumprir, é arrogante, extremamente orgulhosa e independente, ela sai do padrão de heroína que precisa ser salva e é o que eu mais gosto nela. Sim, teve alguns momentos em que eu quis matá-la por ser tão chata e quebrar meu pequeno coraçãozinho mas, Kestrel seja bem-vinda ao meu Hall da Fama de protagonistas que eu amei. A mensagem de independência que ela nos passa é incrível.

" - Kestrel, se precisar ir ao baile, me leve junto.-Não entendo você - ela disse, frustrada - Não entendo o que você diz, como você muda, omo age de um jeito de depois vem aqui e age de outro..."

O pai de Kestrel, o general Trajan, lhe dá apenas duas escolhas: se alistar ao exército ou casar. E como toda boa rebelde ela não quer nenhum deles, Kestrel quer ser livre para decidir o que bem entender. Indo ao mercado com sua melhor amiga Jess ela acaba comprando um escravo (perturbadoramente bonito, pelo que pude perceber) por muitas moedas valorianas. Trazer Arin, o escravo, para dentro da sua casa trará mais consequências do que perder algumas boas moedas para o leiloeiro. A história começa a partir desse momento.

Vamos ao que não gostei: (1) A autora nos arremessa em uma guerra entre valorianos e herranis, os valorianos escravizaram os herranis depois da guerra (que é recente) e então os valorianos passaram a serem donos de tudo. Ao nos arremessar nessa história falta conteúdo para nos sentirmos imersos de fato nesse mundo, falta mais história, mais passado para formar o presente. (2) Falta descrição, muitas das vezes é difícil se sentir no lugar em que deve estar se passando a trama. (3) A história passa rápido demais, o que volta ao primeiro item de que falta mais contexto histórico. Mas também posso listar as coisas que gostei: (1) Kestrel cresceu muito durante a leitura, no começo achei que ela fosse só mais uma madame bobinha mas ela mostra para o que veio. (2) As personagens são simples mas contagiantes, impossível não amar o Arin e o Ronan. (3) É impossível parar de ler, porque a história é contagiante.

"Claro que ele tinha certeza de que algo estava errado.Impossível. Era impossível amar uma valoriana e também amar seu povo.A falha era ele"

Eu gostei muito do Arin, ele tem um jeito bruto de lidar com as coisas e gosto da sinceridade dele, ele é um amorzinho embora eu tenha sentido falta de pouco mais do toque ácido dos protagonistas, me apaixonei por ele aos poucos e claro pela sua história também. Ronan é outro amorzinho, ele é irmão da Jess e é perdidamente apaixonado pela Kestrel, ele é doce e claramente um lorde típico de se amar. Jess é a melhor amiga da Kestrel, achei ela bobinha e não entendia muito bem onde ela chegaria, achei ela exagerada e não gostei demais. As personagens não são muito superficiais, são fundas e fáceis de se apaixonar e querer o bem delas.

O livro é narrado na terceira pessoa, então temos claramente a visão de Arin e Kestrel, temos dois pontos de vista sobre o que está acontecendo na cidade. Os capítulos são bem curtos o que torna a leitura rápida e gostosa, é engraçado vermos o que estão pensando porque os dois são totalmente opostos e iguais ao mesmo tempo. Arin é um escravo com uma vida ruim e Kestrel uma jovem cheia de ambições e muito rica. Obviamente eles vão desenvolver sentimentos um pelo outro.  O enredo é bem clichê, escravo que se apaixona pela patroa, guerras que se separam os dois, mundos diferentes, guerra os separando. Se você está procurando um enredo original não vai encontrar em A Maldição do Vencedor, mas se está procurando algo divertido, rápido de ler e apaixonante sem dúvida esse é o livro certo para você.

"Seu braço ficou mole quando Arin o pegou. Ela lembrou do leiloeiro no fosso, no auge do verão. Este rapaz sabe cantar, ele dissera. Ela lembrou da bota do homem sobre sua mão. Do fato de que a cidade inteira sabia da sua inclinação por música. Quando Arin a tirou da sala, Kestrel penou que essa poderia ser a maior de todas as dores.Que eles tinham usado algo que ela amava contra ela."

Marie soube traçar uma linha perfeita entre o enredo e o romance, as vezes isso é difícil de acontecer porque o autor se perde querendo dar muito romance a história mas, isso não acontece com ela. O amor dos dois e o enredo caminham lado a lado mas não se cruzam, não é irritante ou perca de tempo. É uma leitura deliciosa, porém não é bombástica. Eu li em dois dias e não conseguia largar o livro. A sinopse acaba falando por si só, então não quero dizer nada a mais porque seria spoiler e embora seja fácil de advinha o que vem pela frente vale apena conferir sozinho.

"Ele conhecia bem a lei das coisas: pessoas em lugares muito iluminados não são capazes de ver nas trevas"


A leitura é rápida e boa, vale apena conferir essa livro da Plataforma 21 e sem dúvida eu vou querer continuar a ler essa trilogia ! Vale apena ler esse livro e conhecer o Arin e se apaixonar por ele <3



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