Resenha: No Escuro de Elisabeth Haynes

Catherine aproveitou a vida de solteira por tempo suficiente para reconhecer um excelente partido quando o encontra: lindo, carismático, espontâneo... Lee parece bom demais para ser verdade. Suas amigas concordam plenamente e, uma por uma, todas se deixam conquistar por ele. Com o tempo, porém, o homem louro de olhos azuis, que parece o sonho de qualquer mulher, revela-se extremamente controlador e faz com que Catherine se sinta isolada. Amedrontada pelo jeito cada vez mais estranho de Lee, Catherine tenta terminar o relacionamento, mas, ao pedir ajuda aos amigos, descobre que ninguém acredita nela. Sentindo-se no escuro, ela planeja meticulosamente como escapar dele. Quatro anos mais tarde, Lee está na prisão e Catherine, agora Cathy, tenta reconstruir a vida em outra cidade. Apesar de seu corpo estar curado, ela tornou-se uma pessoa bastante diferente. Obsessivo-compulsiva, vive com medo e insegura. Seu novo vizinho, Stuart Richardson, a incentiva a enfrentar seus temores. Com sua ajuda, Cathy começar a acreditar que ainda exista a chance de uma vida normal. Até que um telefonema inesperado muda tudo. Ousado e poderoso, convincente ao extremo em seu retrato da obsessão, No escuro é um thriller arrebatador.

Catherine tem TOC (transtorno obsessivo compulsivo) a autora coloca o transtorno nas linhas do livro, até parece que o problema é seu. Ela mostra isso de uma forma que só lendo para entender. O livro já começa com um julgamento e só depois vamos aos paralelos.

Em 2003 conta o que a Catherine passou ao lado de Lee e em 2007 é depois de conhecê-lo, ela é uma mulher totalmente diferente depois de Lee e o livro segue instigando nossa curiosidade para saber o que Lee fez para ela. Em 2007 ela conhece Stuart um cara do seu prédio, mas ela ficou muito reclusa depois de Lee.

Ela fica com manias de fechar as portas e janelas e nem conversa com as pessoas. Isso é um pouco chato, confesso. Imagine uma pessoa fazendo isso, já é irritante lendo e um pouco pior.  A escritora é bem realista, imagino quanto ela não pesquisou para isso.

Lee é como o Nick de "Garota Exemplar" claro que não é charmoso como ele, mas segue o mesmo ritmo. Ele é um homem misterioso é óbvio. Contudo, isso não tira o charme do suspense que engloba o livro.

A narrativa é longa e incrivelmente detalhada, isso me deixou com vontade de desistir do livro algumas vezes. Mas, é um suspense tão arrebatador que se torna impossível largar o livro. Vendo as comparações da Catherine você fica simplesmente tentado a entender o que Lee fez para ela que a deixou assim.

Lee tem um trabalho que ele esconde dela ( e eu não vou dizer qual é ) e isso faz Catherine, que agora em 2007 se chama apenas Cathy, ficar se questionando o que ele faz. Ele é bruto, várias vezes é ignorante e força ela a fazer sexo com ele, de modo que Catherine não admite que é um estupro. 

Stuart é psicologo mas, nunca força a barra com Cathy. É um suspense perfeitamente terrível o desse livro, quando você pega passa horas lendo e nem percebe que já foi tudo isso. Eu teria terminado mais rápido mas, esse livro você não apenas lê você o aprecia, o degusta.   

Todos os traumas dela foram causados por ele. Como o de usar vestidos vermelhos, Lee ficava completamente louco quando ela usava vestido vermelho, isso se tornou algo que ela queria evitar.

Conforme o livro vai chegando em seu final vamos entendo o porque de todas as "paranoias" da Cathy. O terrível é que mesmo com tudo que Lee faz para ela, Cathy sempre achava um jeito de justificar os atos terríveis do amor. O amor mata. 

"Se eu disse não? Não dessa vez. Se ele me estuprou? Não exatamente, não dessa vez. Afinal de contas eu abrira a porta para ele. Mais cedo eu fora á boate com a intenção de fazê-lo me comer. Era o que ele estava fazendo agora, e achei que não tinha o menor direito de me queixar."

Há outros momentos como esse que mesmo depois de machucá-la, Cathy não admite isso para si mesma. Ela procura tratamento psiquiátrico depois que Stuart lhe fornece papéis sobre o TOC. 

Ela surta quando Lee finalmente sai da prisão. Aí você se pergunta, porque ele foi preso? É simplesmente uma tortura descobrir isso, você fica ansioso e cheio de expectativas. Catherine não mora mais na mesma cidade de quando conheceu Lee, mas isso não deixa ela menos assustada quando uma detetive avisa sobre a liberdade dele.

O desespero realmente nos toma conta quando percebemos que em 2003 os amigos de Cathy acham que ela precisa de ajuda, Lee conta várias mentiras aos seus amigos e diz que ela tem problemas mentais. Cathy se vê perdida apenas com Lee. E isso era fácil porque em decorrência do trabalho dele Lee batia na Cathy e não deixava marcas horríveis, fazendo parecer que ela mesma se machucava. 

Em "Garota Exemplar" nós temos medo da Amy. Já em "No Escuro" nós morremos de medo do Lee. Ele é um personagem brutal e bem construído. Ama em um momento e espanca no outro. Por sorte após encontrar Stuart, Cathy tem melhorado e se tratado com profissionais. 

É realmente um thriller arrebatador. Quero ler mais livros do gênero. Ele fica mais agoniante quando vai chegando perto do momento de revelar o que Lee realmente fez a ela. É como sentir adrenalina correndo as veias e uma torcida dentro de você "Hey, menina dos óculos coloque eles de volta e volte a ler isso já!"

Aterrorizante mesmo são as partes em que todos não acreditam na Cathy. O livro retrata baste sobre como mulheres que sofrem violência domestica recebem pouco auxílio, elas são mesmo tratada como loucas e paranoicas. 

Tudo fica ainda mais intrigante quando Sylvia, ex-melhor amiga da Cathy, começa a se relacionar com Lee. Aí meu caro leitor, você perde as estribeiras o livro dá uma reviravolta que deixa você de cabelos em pé

O final é arrebatador e de tirar o fôlego. Eu recomendo muito a leitura.